DESIGN

Uma viagem pela história de Itaguaí na Estrada Real da Serra da Calçada

Projeto Roteiro Cultural leva turistas e moradores a uma expedição pela estrada Real

A cidade de Itaguaí completa 201 anos no próximo dia 5 de julho e o que pouca gente sabe é que o município foi fundamental durante o período imperial. É um pouco dessa história que a Secretaria de Educação e Cultura, através da Subsecretaria de Cultura, busca contar através do Projeto Roteiro Cultural – Conhecendo Itaguaí. No sábado (29/06), a edição especial “Estrada da Calçada, a estrada Real” levou turistas, moradores e autoridades municipais para uma expedição de reconhecimento com palestra guiada por uma das principais rotas do país nos séculos 18 e 19.

 

A edição especial “Projeto Roteiro Cultural – Itaguaí 201 anos” reuniu 30 pessoas interessadas em conhecer um pouco mais da história da Estrada Real da Serra da Calçada, que fica no bairro Raiz da Serra. O local foi durante séculos a principal rota de ligação entre os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Foi por lá, inclusive, que Dom Pedro I passou com sua comitiva antes de proclamar a Independência do Brasil em 1822. Datada do século 18, a via é feita toda em pé-de-moleque.

 

A expedição foi guiada pelo assessor de Projetos Especiais da Subsecretaria de Cultura, Eduardo de Almeida Vieira, e pelo diretor do Instituto de Pesquisa Histórica e Arqueológica do Rio de Janeiro (IPHARJ), Claudio Prado de Mello. Também participaram do evento, o vice-prefeito Abeilard Goulart de Souza Filho, o vereador Sandro da Hermínio, a Secretária de Esporte e Turismo, Erika de Souza e moradores de Itaguaí e cidades vizinhas. O projeto contou ainda com o apoio da Unimed Costa Verde, Polícia Militar, Expresso, IPHARJ e INEPAC.

A história da Estrada Real

O chamado “Caminho dos Jesuítas” ou “Estrada Real” foi uma importante via terrestre que garantiu a comunicação da cidade do Rio de Janeiro com o interior, a partir da Fazenda Santa Cruz. Por conta dos naufrágios e da pirataria constante na rota marítima, sua construção se tornou necessária. A Coroa Portuguesa resolveu construir a estrada utilizando recursos dos proprietários mais ricos da região, que eram contra a implementação da via. Quem também fez oposição foram os jesuítas, que pediam aos índios para atrapalharem as obras. A estrada só foi concluída após forte intervenção do governador na época.

A Estrada Real foi o eixo principal do processo de urbanização de Itaguaí. Era utilizada por tropeiros, comitivas, aventureiros e viajantes que queriam alcançar as minas de São Paulo e Minas Gerais em busca de riquezas minerais. Também era utilizada pelo Imperador Dom Pedro I para chegar até uma dessas regiões.

O caminho de Itaguaí em direção à trilha do ouro aparece na carta topográfica do sargento-mor, editada em 1767. O ponto culminante é o Mirante do Imperador, a 628 metros de altitude. Abaixo do mirante, está a Pedra de Santo Antônio, também conhecida como “Pedra da Inscrição de Bronze” com fragmentos dos dizeres: “Prezidência de Província 1822”.