Rosto reparado: a difícil reconstrução de Juju do Pix após óleo tóxico
A influenciadora conhecida como Juju do Pix enfrenta um dos processos reconstrutivos mais delicados da sua vida após passar anos convivendo com as consequências de uma intervenção estética clandestina. O procedimento, feito de forma irregular, utilizou óleo mineral em vez de materiais médicos seguros, provocando deformidades, dores e comprometimento funcional em seu rosto. Agora, após a primeira cirurgia para retirar parte do material endurecido, ela inicia um caminho lento, complexo e emocionalmente exigente rumo à recuperação.
A intervenção mais recente revelou a gravidade dos danos. O médico responsável precisou remover uma quantidade significativa de óleo mineral que, ao longo dos anos, havia se transformado numa massa rígida, profundamente aderida aos tecidos. O material formava regiões de fibrose, dificultando a dissecação e aumentando o risco de danos irreversíveis. Embora a remoção tenha sido parcialmente bem-sucedida, apenas uma fração do conteúdo pôde ser extraída com segurança nesta etapa inicial.
Relatos da equipa médica apontam que o material retirado estava tão duro que lembrava pedra. A profundidade e a aderência dessas massas inflamadas exigiram precisão extrema para evitar hemorragias, necrose ou danos a estruturas nervosas. Por esse motivo, o procedimento não foi definitivo. A reconstrução completa poderá levar meses, talvez mais de um ano, e dependerá da evolução da cicatrização, da resposta do organismo e da possibilidade de realizar novas intervenções sem causar trauma excessivo.
O caso de Juju é emblemático ao expor os riscos de intervenções clandestinas, realizadas sem qualquer supervisão profissional ou garantia sanitária. Anos antes, ela acreditou estar recebendo silicone industrial — que já é proibido — mas acabou recebendo substâncias ainda mais perigosas, entre elas óleo mineral. Com o tempo, o rosto começou a endurecer, deformar, inchar e apresentar irregularidades que comprometeram não apenas a estética, mas também a autoestima, a saúde emocional e até a capacidade de se apresentar ao público.
As consequências ultrapassam a aparência física. A influenciadora sofreu isolamento, dificuldades profissionais e episódios de dor e desconforto constantes. Ao decidir buscar a reconstrução, ela não procura apenas um resultado estético: busca restituir dignidade, bem-estar e uma possibilidade real de retomar sua vida sem o peso das sequelas que carrega há tanto tempo.
O médico responsável pela cirurgia realiza o tratamento de forma gratuita, sensibilizado pela gravidade da situação e pelo impacto emocional enfrentado pela paciente. O gesto representa para Juju mais do que um atendimento médico; é a chance de um recomeço. Contudo, o processo exigirá paciência, acompanhamento rigoroso e etapas reconstruídas com cuidado milimétrico. Cada nova intervenção dependerá da forma como a pele e os tecidos se recuperarem das anteriores.
O episódio reacende debates importantes sobre segurança em procedimentos estéticos, pressão social por padrões inalcançáveis e desinformação que ainda circula entre pessoas vulneráveis que buscam transformações rápidas, baratas e perigosas. A trajetória de Juju serve como alerta contundente: intervenções feitas fora de ambientes regulamentados podem causar danos permanentes — físicos e psicológicos.





