JORNAL TOCANTINS

Você viveria um relacionamento sem sexo?

Existem relações pautadas por outros prazeres

As cobranças estão por toda a parte quando um tema tabu como este surge. “Como vocês não transam? Têm algum problema?” É interessante observar a pressão que terceiros exercem sobre as nossas relações quando descobrem que elas não envolvem sexo. Um relacionamento pode ser feliz e duradouro mesmo sem ele, já que é que estabelecido em outras bases.

Uma pesquisa desenvolvida pelo departamento de Psicologia da Universidade Estadual de San Diego, em 2015, já revelava que os jovens nascidos a partir de 1980, ao contrário do esperado, estavam fazendo menos sexo do que os seus pais faziam na mesma idade. Parece ser uma tendência crescente o desejo de viver uma história de amor sem a necessidade de sexo. Psicólogos afirmam que é possível ter intimidade sem sexo e vice-versa. Existem casais que têm um forte vínculo afetivo, mas não precisam do sexo para fazer a relação funcionar.

A surpresa parece ser ainda maior quando a ausência de sexo é um dos quesitos para o estabelecimento de uma relação sugar – aquela em que a figura de um daddy, o provedor financeiro e emocional, firma as bases do relacionamento de comum acordo com sua baby. Apesar da incredulidade, muitos casos já foram comentados na plataforma Meu Patrocínio, a maior deste tipo no Brasil. Neste sentido, ao definir os princípios da relação, os parceiros estipulam “sem sexo”. É possível? Sim! As trocas são definidas com a premissa do companheirismo, de confidências, da amizade e do compartilhamento de experiências.

Thaynara Castellano, 20 anos, estudante de nutrição, conta que manteve um relacionamento com o seu daddy na base da amizade. Ele era casado, tinha uma vida muito corrida e procurava alguém que pudesse dar a atenção que ele gostaria, alguém com quem pudesse conversar e desabafar. Extremamente inteligente, o daddy preocupava-se em indicar boas leituras e servir como um orientador de vida. A relação, muito inspiradora e “sem sexo” segundo Thaynara, durou cinco meses e terminou por conta das inúmeras viagens dele. Marina Freitas, 25, estudante de jornalismo, por sua vez, relata que o seu daddy estava em busca de uma companhia agradável, de uma baby bonita e inteligente que pudesse circular com ele em eventos e jantares de negócios. Com 52 anos, Maurício, o daddy, só exigia que ela estivesse sempre com a agenda disponível para estes encontros. “Além disso, ele gostava muito de conversar comigo, contar as suas experiências e me incentivar na carreira. Em troca da minha disponibilidade, eu sempre recebia presentes adoráveis e até um curso de fotografia, totalmente pago por ele. Eu não sentia falta de sexo, era uma relação de companheirismo e de muito carinho mútuo. Lamentei quando terminou, ele saiu do Brasil e achou melhor me deixar livre”, conta Marina.

O sexo não é a base exclusiva para uma relação duradoura, é um complemento. Às vezes, as pessoas direcionam os seus desejos para outras áreas das suas vidas, como a carreira, esportes, estudos e conseguem se realizar plenamente com o que fazem, pautando as relações em outros princípios não menos importantes como o companheirismo e afeto.