Prefeitura de Itaguaí reforma livros históricos
Trabalho de restauração recupera histórias da cidade e do país
Uma parte da história e da memória de Itaguaí e do Brasil, que estava guardada no acervo do Centro de Memórias, da Casa de Cultura Marise Moreira de Brito, começa a ganhar vida graças ao trabalho de restauração que vem sendo realizado pela Prefeitura, através da Secretaria de Educação e Cultura, há cerca de três meses. A recuperação de livros raros e históricos doados por Dom Pedro II na inauguração da Biblioteca de Itaguahy (hoje Biblioteca Municipal Machado de Assis) no século XIX é um importante passo para um melhor entendimento da história do município durante o período colonial e imperial.
O trabalho é realizado pelo assessor de Projetos Especiais da Subsecretaria de Cultura, Eduardo de Almeida Vieira, e pela voluntária, Zuleide Cristina Gomes. O processo envolve várias etapas e requer muita cautela e análise. O primeiro passo é a catalogação dos livros. A partir daí verifica-se o estado físico de cada volume e então se inicia o trabalho de restauração.
– É um processo lento, que demanda muita análise. Cada livro apresenta um estado físico e um nível de deterioração, por isso são usadas técnicas de restauração diferentes. Isso deve ser feito com o maior cuidado para que os livros não percam seu valor histórico – explica Eduardo.
Fazem parte do acervo que está sendo restaurados, livros do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Biblioteca Internacional de Obras Célebres, além de outros volumes doados por Dom Pedro II na época. Entre os grandes achados nesse período de pesquisa estão os anais do Senado e da Câmara dos Deputados do Brasil Império; livros datados de 1818, ano da emancipação de Itaguaí e documentos de uma história mais recente da cidade.
Porém, a grande estrela desse acervo guarda uma história de 272 anos. Datado de 1747, o volume intitulado Ordenações e Leis do Reino de Portugal é o mais antigo entre os restaurados e traz informações sobre as leis do Reino de Portugal, que regiam as colônias e aldeias.
Obras disponíveis para consulta
A ideia após a finalização do trabalho de restauração é disponibilizar a leitura agendada desses volumes para que estudantes, pesquisadores, professores, historiadores, entre outros profissionais, possam ter acesso ao conteúdo. A diretora da Casa de Cultura Marise Moreira de Brito, Valéria Teixeira, destaca a importância de ter essas obras no acervo do Centro de Memórias de Itaguaí.
– O objetivo é muito mais profundo do que apenas restaurar. É o resgate da memória da cidade. As pessoas não têm noção da riqueza que temos no Centro de Memórias. Através desse trabalho conseguimos tornar a história palpável, mais próxima à população. O mais importante é que essas obras não se percam mais – afirma Valéria.
Além da recuperação física dos livros, a Casa de Cultura, em parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), realiza a digitalização desse material.